segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Relatório do V Fórum sobre Competência em Informação: pesquisas e práticas no Rio de Janeiro



O V Fórum sobre competência em informação: pesquisa e práticas no Rio de Janeiro, uma iniciativa da Rede de Competência em Informação (Rede Coinfo), ocorreu no dia 07 de novembro de 2019. Nesta edição, estabeleceu-se uma parceria com a Universidade Candido Mendes, que sediou o evento, realizado no Auditório Josué de Castro, da Universidade Candido Mendes, situado na Rua da Assembléia, 10 - 5º andar, sala 507, no centro do Rio de Janeiro - RJ.

CREDENCIAMENTO
            
O evento teve início às 9 horas com a realização do credenciamento dos participantes. No ato da inscrição, houve a entrega dos certificados aos participantes. Aproveitou-se o credenciamento para a realização de uma campanha voltada para a sustentabilidade , em prol da Rede Baixada Literária, mediante a aquisição, por adesão, de copos sustentáveis - para o consumo de água e café durante o evento.  Das 173 inscrições recebidas houve o comparecimento de 56 inscritos, além dos palestrantes e integrantes da Rede Coinfo.

MESA DE ABERTURA

As discentes  do CBG/UFRJ, Mylene Santos de Paula e Cristina Viana Smith deram início ao evento realizando um breve relato sobre o Fórum e apresentando a programação do dia.

O V Fórum integrou a Semana Mundial de Alfabetização Informacional e Midiática, a Global MIL Week, organizada anualmente pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A iniciativa tem como objetivo promover a competência em informação de forma mais ampla englobando também a educação para as mídias e os diversos letramentos digitais. O Fórum foi transmitido ao vivo via Facebook pela página da Rede CoInfo. As mídias sociais digitais do evento foram atualizadas em tempo real pelo Twitter, Facebook e Instagram no perfil @redecoinfo. Assim, os interessados puderam assistir, comentar, divulgar e compartilhar suas experiências durante o evento.

A mesa de abertura teve início às 09h30min com a participação do representante da  Biblioteca da Universidade Candido Mendes, Paulo Cesar do Prado e de Nysia Oliveira de Sá, representando a Rede Coinfo. Durante a mesa de abertura, a Profa. Nysia apresentou um histórico do Fórum sobre Competência em Informação, informando que as 4 edições anteriores estiveram sobre a coordenação do projeto de extensão "Competência em Informação na Iniciação Científica no Curso Integrado em Meio Ambiente", realizado pelo curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que  a partir da 5ª Edição, a Rede Coinfo estava assumindo a organização do Fórum.

As atividades do V Fórum sobre Competência em Informação Pesquisas e Práticas no Rio de Janeiro foram divididas em dois momentos. O período da manhã foi dedicado à apresentação de pesquisas relacionadas à competência em informação em suas múltiplas dimensões, enquanto que o período da tarde teve como foco as práticas de competência em informação no cotidiano de diferentes unidades de informação. As mesas foram precedidas por duas conferências. A conferência que precedeu a mesa sobre pesquisas em competência em informação foi proferida pela Profa. Dra. Regina Marteleto (IBICT),  enquanto que a conferência que precedeu a mesa sobre práticas foi proferida pelo Prof. Dr. Carlos Alberto Ávila Araújo (UFMG).

PESQUISAS SOBRE COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO

A conferência proferida pela Profa. Dra. Regina Marteleto, intitulada “Do treinamento ao letramento: espaços e tempos das competências informacionais", buscar olhar para os estudos em competência em informação tendo como foco a comparação com o campo de estudos da comunicação e da informação na França. Utilizando como ponto de partida duas obras: a) Professeur-documentaliste: un tiers métier, organizada por Isabelle Fabre, e b) Polegarzinha, de Michel Serres, a Profa. Regina Marteleto sugere algumas reflexões a respeito das conformações das pesquisas sobre competência em informação em contextos em que as mídias assumem uma função pedagógica.

Após a conferência, realizou-se a mesa redonda com o foco em pesquisas sobre  a competência em informação. A mesa foi composta pelo Prof. Dr. Marco Schneider (IBICT/UFRJ e UFF), pela Profa. Dra. Ana Amélia Martins (UNIRIO) e pelo Prof. Dr. Bruno  Henrique Alves (UFF). Os pesquisadores trouxeram importantes reflexões sobre o tema, tendo como base suas pesquisas sobre a Competência em Informação e/ou temas correlatos.

Ao término das apresentações dos Professores Marco Schneider, Bruno Alves e da Profa. Ana Amélia Martins, abriu-se o espaço para perguntas, com a participação do público presente ao evento nas discussões. As atividades da manhã se encerraram às 12h30min, com retorno previsto para 14h.

PRÁTICAS DE COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO

O período da tarde foi dedicado às reflexões sobre as práticas em Competência em Informação. As atividades se iniciaram com a conferência proferida pelo Prof. Dr. Carlos Alberto Ávila Araújo (UFMG) e foi seguida pela mesa redonda composta por Tatyane Valdez (mestre em Biblioteconomia pelo PPGB/UNIRIO e bibliotecária do CAp/UFRJ), Daniel Strauch (mestrando em Ciência da Informação do PPGCI/IBICT/UFRJ) e Tainá Regly (mestranda em Ciência da Informação do PPGCI/IBICT/UFRJ).

A conferência proferida pelo Prof. Carlos Alberto Ávila Araújo teve como tema central a pós-verdade e seus efeitos para as práticas de competência em informação. Apresentando um panorama histórico dos estudos sobre informação e lançando reflexões a respeito da relevância dos estudos sobre competência em informação, particularmente os estudos voltados para a competência crítica em informação, no que concerne ao atual contexto de pós-verdade e de desinformação.

A mesa redonda que se seguiu à conferência teve como foco práticas e ações de competência em informação. Tatyanne Valdez, Daniel Ribeiro e Tainá Regly compartilharam importantes reflexões fundadas em suas práticas cotidianas em bibliotecas e unidades de informação, contribuindo sobremaneira para o debate sobre o tema. Ao término das apresentações seguiu-se uma rodada de perguntas realizadas pelo público.

HOMENAGEM

Seguindo uma prática iniciada no IV Fórum ocorreu uma homenagem, com entrega de Certificado por suas contribuições ao campo das práticas em Competência em Informação no Rio de Janeiro, à Bibliotecária do Colégio Pedro II Márcia Feijão.    

ENCERRAMENTO

Às 17h, a Profa. Nysia Oliveira de Sá, representando a Comissão Organizadora,  após agradecimentos à todos os participantes, encerrou as atividades do V Fórum de Competência em Informação: pesquisas e práticas no Rio de Janeiro.


Relatores: Alberto Calil Júnior, Margareth Lopes de Moraes e Regina Souza.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Por que e como checar imagens falsas (Parte 1) | Gabriel Teixeira

POR QUE E COMO CHECAR IMAGENS FALSAS (PARTE 1): 

um guia breve e intuitivo para sobrevivência visual na web
Gabriel Teixeira
Bibliotecário e Mestrando em Ciência da Informação
IBICT/ECO-UFRJ

As fake news têm atuado como importantes agentes para desinformação e gerado consequências drásticas em toda a sociedade. Elas têm ainda mais força quando seu conteúdo é ilustrado por uma imagem que reforça sua narrativa falsa. No solo fértil das mídias sociais digitais, seu alcance é absurdo e não deve ser subestimado, muito menos o impacto que provocarão. Este post apresenta rapidamente um dos conceitos de desinformação e se preocupa em evidenciar a atuação das fake news agem e como combatê-las pela checagem de imagens com ferramentas/recursos disponíveis na web.

Basicamente, o conceito de desinformação aponta para qualquer conteúdo, independente do suporte que o contenha e onde ele seja disseminado, que possua informações falsas ou distorcidas/descontextualizadas no sentido de enganar e equivocar os indivíduos (VOLKOFF, 2004; FALLIS, 2015). Fallis (2015) faz uma distinção entre disinformation e misinformation. No primeiro caso, a desinformação é construída de modo intencional e objetiva a ação de sua concepção, desinformar. No segundo caso, ocorre pela falta de percepção no indivíduo em contato com o conteúdo falso, que sem perceber acaba por replicá-lo.

Nos últimos anos iniciativas de verificação/ checagem de conteúdos ganharam força e se tornaram imprescindíveis ao combate às fakes news. Algumas dessa iniciativas estão ligadas a agências jornalísticas e com certificação internacional. Para conhecimento, seguem algumas iniciativas e seus respectivos perfis no Twitter, conhecidas como fact-checking (checagem de fatos): Agência Lupa (precursora no Brasil) [@agencialupa], Truco [@truco], Aos Fatos [@aosfatos], Chequeado (Argentina) [@chequeado], os links para os portais estão ao final. Assim, Zattar (2017) chama atenção para a importância de verificar/checar não só o conteúdo como as próprias as fontes de informação rotineiramente utilizadas pelos indivíduos no dia-a-dia da internet.

Um exemplo de fake news foi a campanha orquestrada pela extrema direita brasileira após assassinato da vereadora e humanista Marielle Franco, crime não elucidado há mais de um ano. Poucos dias após o violento crime, uma das várias fake news que surgiram associavam Marielle ao tráfico de drogas ilegais alegando ser ela ex-mulher do criminoso Marcinho VP. A imagem de um casal, que nitidamente não eram Marielle e nem Marcinho VP (é importante ressaltar que não havia nenhuma ligação entre os dois), circulou na rede ilustrando a notícia falsa. Quem fez a checagem dessa notícia falsa foi a agência Aos fatos, você pode conferir clicando aqui.

Para não serem enganadas, as pessoas devem sempre verificar/checar os conteúdos de notícias que circulam pela rede. Verificar/checar as imagens que os acompanham é mais necessário ainda. Inspirado no curso sobre como checar imagens falsas na web oferecido pela Agência Lupa, compartilho aqui o passo a passo de uso das seguintes ferramentas: Google Imagens, Bing Imagens, TinEye e Visual Ping.
GOOGLE IMAGENS

O Google oferece diversas ferramentas para os tipos de busca mais específicos. No entanto, o buscador recupera numerosos volumes de resultados de todos os cantos da web. No caso do recurso pela busca reversa, quando o Google recupera a imagem pela url ou pelo arquivo da imagem, os resultados tendem a ser melhor direcionados. Como fazer? Primeiro é preciso direcionar-se à página inicial do Google Imagens:
Fonte: Reprodução Google Imagens (2019). 

Após isso, deve-se clicar no ícone da câmera na barra de busca localizada no canto superior esquerdo, conforme a reprodução abaixo.
Fonte: Reprodução Google Imagens (2019).

Depois disso, surgirá uma caixa “Pesquisa por imagem” com duas opções: colar URL da imagem e enviar uma imagem. A segunda opção envia uma imagem específica em arquivo salvo no computador ou telefone.

Fonte: Reprodução Google Imagens (2019).

BING IMAGENS

Similar ao Google, o Bing, outro buscador da web, também possui ferramentas para refinar a busca. O Bing Imagens oferece os mesmo recursos do Google Imagens, porém acrescenta uma particularidade à pesquisa: a busca por um recorte específico selecionado da imagem, ampliando os detalhes. Esse recurso possibilita descobrir a partir de qual imagem original surgiu a imagem manipulada/editada. Como acontece? Primeiro é preciso direcionar-se à página inicial do Bing:



Fonte: Reprodução Bing Imagens (2019).

Deve-se clicar na ícone da câmera na barra de busca localizada no canto superior esquerdo, conforme a reprodução abaixo.

Fonte: Reprodução Bing Imagens (2019).

Em seguida, surgirá uma caixa “Experimente a Pesquisa Visual” com três opções: a primeira é a opção de procurar um arquivo salvo no desktop do dispositivo, a segunda é a de colar uma imagem à sua URL e por fim o Bing oferece a opção de tirar um foto (para isso é preciso habilitar a câmera do dispositivo).

Fonte: Reprodução Bing Imagens (2019).

Logo no resultado, a imagem inserida aparece em destaque no lado esquerdo e abaixo dela um botão com o ícone de recorte com o título “Pesquisa visual”. Essa funcionalidade serve para selecionar a parte da imagens a qual pretende-se recuperar a informação, e assim permitir buscar a foto original e, também a fonte que serviu de fundo para montagem. Abaixo o exemplo de uma imagem falsa (montagem) com uma parte selecionada (é possível observar o botão citado logo em baixo) e ao lado a notícia verdadeira sobre o ocorrido.

Fonte: Reprodução Bing Imagens (2019).

O Bing também organiza por categorias de resultados direcionando melhor a pesquisa.


TINEYE

O TinEye é ideal para se conferir se as imagens que circulam com as fake news condizem com a temporalidade a que elas se referem. O site recupera a imagem por meio da URL ou do arquivo baixando no desktop a primeira ocorrência da imagem da rede, ou seja, recupera a imagem na fonte. Portanto, a especialidade do site é a busca reversa. Como? Primeiro é necessário seguir até à página inicial do TinEye.

Fonte: Reprodução TinEye (2019).

Em seguida, é preciso clicar no botão de upload localizado do lado esquerdo da barra de busca centralizada na tela.

Fonte: Reprodução TinEye (2019).


Feito isso o resultado aparece imediatamente. A data do primeiro upload da imagem na rede aparece ao lado direito da mesma e depois as demais imagens em ordem cronológica de postagem (da data inicial para as mais recentes).

VISUAL PING

Das quatro ferramentas apresentadas o Visual Ping é o que possui maior particularidade. O site proporciona acompanhar todas as modificações que ocorreram em uma imagem ou página ao longo do tempo, ou seja, é possível, ao colar o endereço (HTTP) de um outro site, um site biográfico por exemplo, ou até mesmo carregar o print da página, descobrir as alterações feitas. Basta selecionar, por meio de uma caixa de recorte, a parte que deseja obter a informação e o site prontamente recupera. Como funciona? Primeiro, é necessário seguir a para página inicial do site.

Fonte: Reprodução Visual Ping (2019).

O próximo passo é colar o endereço (HTTP) do site que se deseja descobrir as informações na caixa de pesquisa localizada no centro da página e clicar em “Go”, conforme o exemplo abaixo.

Fonte: Reprodução Visual Ping (2019).

Feito isso, surgirá a imagem referente à busca realizada. Ao redor dela aparecerá um recorte ajustável para que seja possível selecionar a parte que se deseja obter os resultados.

Fonte: Reprodução Visual Ping (2019).

Por fim, é só clicar no botão “start free monitoring” ao final da página (parte inferior à caixa de seleção/ recorte da imagem) e cadastrar seu endereço de e-mail para receber as notificações sobre atualizações no site, página ou imagem.

Fonte: Reprodução Visual Ping (2019).

O conhecimento de tais ferramentas e sua aplicabilidade no cotidiano da web (na qual passamos várias horas, seja por entretenimento, por informação, por trabalho, ou tudo isso) é muito importante. Estes sites funcionam como poderosos aliados no combate às notícias falsas e às desastrosas consequências que elas podem trazer. Na próxima parte deste artigo serão apresentadas as ferramentas: Way Back Machine, TweetDeck e Versionista.

LINKS IMPORTANTES

Google imagens: https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi&authuser=0&ogbl
Bing imagens: https://www.bing.com/?scope=images&FORM=Z9LH1
TinEye: https://www.tineye.com/
Visual Ping: https://visualping.io/
Agência Lupa: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/
Truco: https://apublica.org/tag/truco/
Aos Fatos: https://aosfatos.org/
Chequeado: https://chequeado.com

REFERÊNCIAS
FALLIS, D. What is disinformation?. Library Trends, v. 63, n. 3, 2015.

ZATTAR, M. Competência em informação e desinformação: critérios de avaliação do conteúdo das fontes de informação. Liinc em revista, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 285-293, nov. 2017.

VOLKOFF, V. Pequena história da desinformação: do cavalo de Tróia à internet. Curitiba: Ed. Vila do Príncipe, 2004.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Como desmentir (com possibilidade de bons resultados) uma notícia falsa | Andréa Doyle

Andréa Doyle
Extraído da tese de doutoramento em fase de elaboração
Mestra em Ciência da Informação
PPGCI IBICT/UFRJ

            Um dos principais problemas da desinformação, especialmente das notícias falsas é que, uma vez que a pessoa acreditou na notícia, é muito difícil ela desacreditar. Hoje, constata-se  que, mesmo tendo acesso a uma retificação, as pessoas continuam acreditando na mentira anterior. Lewandowski e equipe (2012) fizeram um extenso trabalho de revisão de literatura em busca de: a) definir e tipificar o que acontece quando a pessoa percebe que acreditou numa informação falsa, e b) quais estratégias de correção funcionam para cada tipo de problema. Eles chegaram à seguinte solução:



            O que o primeiro problema nos mostra é que quando a pessoa acredita em uma informação, ela passa a fazer parte da pessoa. No caso de a informação ser desmentida, a pessoa reage se apegando à informação antiga, mesmo sabendo que está errada porque sente um grande desconforto, como se tivesse algo faltando. A solução para isso é não somente desmentir, mas oferecer uma outra explicação que possa substituir a explicação antiga. Além disso, as pessoas esquecem mais facilmente o desmentido do que a informação original, o que indica que a correção precisa ser repetida várias vezes.
            A familiaridade é o segundo problema identificado pela equipe de psicólogos. A famosa frase de Goebbels ‘uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade’ é uma realidade por causa desse fenômeno. Instintivamente o ser humano sabe que o novo pode ser perigoso, então desenvolvemos uma satisfação ao reconhecer as coisas. Temos o sentimento de familiaridade com aquela coisa e ficamos involuntariamente mais calmos, mesmo que seja falsa. Por outro lado, se somos avisados que pode haver uma emboscada à frente, ficamos alertas: essa é uma das maneiras de lutar contra a familiaridade. A outra é a repetição do fato várias vezes para também fazê-lo ser familiar.
            O efeito nefasto de explicação é a terceira causa de problemas para se desmentir uma informação falsa. Gostamos de explicações simples, mas a maior parte dos desmentidos apresenta uma série de argumentos que nos fazem preferir a simplicidade da mentira original. Para contornar esta dificuldade, os autores sugerem que se dê explicações muito simples para o fato. Ademais, as pessoas que entretêm um ceticismo saudável (moderado) sofrem menos a influência da desinformação.
            Por fim, eles evidenciam o que outras pesquisas disseram sobre os vieses, que eles chamam de visão de mundo, mostrando que se a informação é identificada como pertencente à visão de mundo oposta ela não penetra a pessoa. Qualquer coisa que se oponha a uma das opiniões da pessoa parece se opor a ela como pessoa integralmente. Um jeito de solucionar esse problema é desvincular as opiniões das pessoas, reafirmando as qualidades da pessoa para que ela tenha autoestima suficiente para recuar e mudar de ideia. Outro jeito de atravessar a barreira de visão de mundo é envolver a opinião contrária com os valores da pessoa, para que ela, ao se abrir para ouvir o que quer, ouça também o ponto contrário que se está querendo comunicar.
            Embora estudos sobre vieses e polarização já tenham quase meio século, a omnipresença das tecnologias da comunicação e da informação em nossas vidas possibilita um bombardeio incessante de informações, e o problema toma proporções exponenciais. Em artigo em vias de publicação, Anna Brisola e eu (BRISOLA; DOYLE, [2019?]) tratamos amplamente do problema da desinformação e de como a competência crítica em informação pode nos ajudar a reagir aos ataques informacionais cotidianos.

REFERÊNCIAS

BRISOLA, A.; DOYLE, A. Critical information literacy as a path to resist “Fake News”: understanding disinformation as the root problem. Open Information Science, [Warsaw, Polônia, 2019?]. No prelo.

LEWANDOWSKY, S.; ECKERT, U. K. H.; SEIFERT, C. M.; SCHWARZ, N.; COOK, J. Misinformation and its correction: Continued influence and successful debiasing. Psychological Science in the Public Interest, v. 13, p. 106-131, 2012. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1529100612451018. Acesso em: 10 mar. 2019.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Desinformação, competência em informação e universidade | Marianna Zattar no TEDxUFRJ

Olá, como vocês estão? Esperamos que bem!

Viemos hoje trazer um conteúdo apresentado no TEDxUFRJ, onde a professora Marianna Zattar nos apresenta o contexto informacional e os conceitos de desinformação, misinformation e mal-information. Ela também aborda as fake news, que foram o tema do Fórum sobre Competência em Informação em 2017.

Marianna Zattar é formada em Biblioteconomia, especialista em Inteligência Competitiva e Gestão Estratégica da Informação, com Mestrado e Doutorado em Ciência da Informação. Professora do curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marianna ministra aulas de Recursos Informacionais, Competência em Informação e Tópicos Especiais. Zattar também constrói com a gente a Rede CoInfo.



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