APRESENTAÇÃO
A Rede de Competência em Informação (Rede CoInfo) é formada por um grupo de pesquisadores, bibliotecários, docentes e discentes de instituições de pesquisa e ensino e organizada em uma estrutura horizontal. Os integrantes da rede compartilham interesses epistemológicos, teóricos, metodológicos e práticos sobre o tema da competência em informação.
JUSTIFICATIVA
Sob a perspectiva de desenvolvimento do trabalho coletivo, considera-se que a colaboração e o compartilhamento entre diferentes instituições, no âmbito de uma rede formada por pesquisadores, bibliotecários, docentes e discentes, poderá promover um olhar potencializado para além das estruturas sistêmicas institucionais e disciplinares. Espera-se, com isso, não apenas a ampliação das discussões e a consolidação do tema no campo de estudos de competência em informação, mas também a orientação de práticas que desenvolvam ações informacionais dentro e fora dos ambientes institucionais.
Em termos epistemológicos, a formação de uma rede de estudos, pesquisas e práticas de competência em informação é um caminho que possibilitará o desenvolvimento do tema no escopo da área de Comunicação e Informação. Não obstante, pretende-se a abertura do diálogo com noções correlatas que são abordadas na literatura do campo. Exemplo disso são as noções de letramento informacional e de competência crítica em informação (critical information literacy), que traz uma relação mais estreita com os estudos da Filosofia crítica, da Pedagogia crítica e da Teoria crítica de matriz sociológica.
OBJETIVO GERAL
Criar uma rede de intercâmbio de pesquisas, estudos, práticas e diálogos no âmbito da competência em informação no estado do Rio de Janeiro.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) mapear e promover pesquisas e ações no âmbito da competência em informação;
b) compilar de forma sistemática as atividades e projetos de ensino, de pesquisa e de extensão sobre a competência em informação desenvolvidos pelas instituições participantes;
c) divulgar as pesquisas, ações e projetos desenvolvidos no âmbito da ReCoInfo, mediante práticas de publicação e de realização de eventos sobre o tema;
d) contribuir para o fortalecimento das ações de competência em informação no estado do Rio de Janeiro.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A expressão information literacy foi primeiramente utilizada em um relatório norte-americano de 1974, assinado por Paul G. Zurkowski, então presidente da National Commission on Libraries and Information Science, sobre a importância do uso da informação como vantagem competitiva. No Brasil, Sonia Caregnato, em artigo publicado em 2000, traduz o termo como “alfabetização informacional” para destacar o papel das bibliotecas acadêmicas na educação dos usuários de recursos informacionais. Já as práticas de information literacy podem ter como referência as primeiras atividades que envolvem a educação nas dinâmicas informacionais.
Ao longo das últimas décadas, diversas publicações da comunidade discursiva deste campo de estudos salientaram a importância do tema, com destaque para documentos da American Library Association (ALA) – como o Presidential Committee on Information Literacy: Final Report, de 1989, o Information Literacy Competency Standards for Higher Education, de 2000, e o recente Framework for Information Literacy for Higher Education, de 2015 – e da International Federation of Library Associations (IFLA) – como The Alexandria Proclamation on Information Literacy and Lifelong Learning, de 2005, e o IFLA Media and Information Literacy Recommendations, de 2011 –, que trazem uma série de recomendações necessárias para o que chama de “sobrevivência” dos sujeitos nas sociedades contemporâneas. No mesmo ano, um grupo de bibliotecárias e bibliotecários elaborou, em parceria com a Associação Alagoana dos Profissionais em Biblioteconomia, a “Declaração de Maceió sobre Competência em Informação: cenários e tendências”, sobre a necessidade de ações que promovam a aprendizagem ao longo da vida. A declaração foi apresentada no Seminário sobre Competência em Informação do XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (CBBD).
A tradução para o português do termo information literacy ainda não é consensual no campo de estudos infocomunicacionais. A escolha pelo termo “competência em informação” está em consonância com a citada Declaração de Maceió sobre Competência em Informação (2011), e também com o Manifesto de Florianópolis sobre Competência em Informação e as populações vulneráveis e minorias (2013) e a Carta de Marília (2014).
Para fins de orientação da proposta aqui apresentada, admite-se a tradução da definição mais atual de competência em informação conforme o citado no Framework for Information Literacy for Higher Education da ALA de 2015, a saber: “conjunto de recursos integrados que abrangem a descoberta reflexiva de informação, compreensão e apreciação de como ela é produzida, o uso da informação na criação de novos conhecimentos e participação ética nas comunidades de aprendizagem”. Considera-se, portanto, que essa definição permite que a competência em informação seja observada nas dimensões técnica, crítica, ética, política, cultural e social.
INSTITUIÇÕES E PROGRAMAS
Biblioteca do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) do Sistema de Bibliotecas (SiBi) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
Colégio Pedro II (CPII);
Curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação (CBG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia (PPGB) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO);
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT);
Rede de Bibliotecas Baixada Literária (RBL).
GRUPOS DE PESQUISA
Laboratório de competência em informação e prática informacional (LabCoInfoπ /UFRJ);
Grupo de pesquisa Estudos críticos em informação, tecnologia e organização social (Escritos/IBICT);
Media and Information Literacy, Responsabilidade Social e Cultura (MediaCult);
Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i/IBICT).
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